quarta-feira, 31 de julho de 2013

Executivas avançam na área de defesa


Ruy Baron/Valor / Ruy Baron/Valor
Ana Paula Cordeiro é uma das mulheres de destaque no setor aeroespacial e de defesa
Na Embraer as mulheres já representam 14,29% do efetivo e 9,92% dos cargos de comando. Em 13 anos, o crescimento da presença feminina na empresa foi de 3,79%, totalizando 2.604 mulheres. Em cargos de liderança, segundo a empresa, essa participação mais que dobrou durante esse período e o planejamento estratégico da área de engenharia prevê a implementação de programas para aumentar ainda mais a presença feminina.
A unidade de negócios Embraer Defesa e Segurança, área tradicionalmente ocupada pelos homens, também começa a se diversificar e duas engenheiras já ocupam funções de liderança: uma lidera o departamento de engenharia de manufatura da empresa e a outra é gerente dessa área no projeto da aeronave KC-390. Na opinião do presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), Sami Hassuani, a partir do momento em que a defesa é reconhecida como de responsabilidade da sociedade, as mulheres passam a ter cada vez mais voz ativa nas decisões e nos trabalhos da área.
O fato de os cargos nas áreas de defesa, tanto nas Forças Armadas brasileiras quanto nas indústrias, serem historicamente ocupados por homens não foi obstáculo para que algumas executivas chegassem a postos de liderança no setor privado. Este o caso de Jocirene Chagas, que tem 38 anos de idade e mais de 13 anos no segmento aeroespacial e de defesa. Ela começou na área de planejamento do projeto Sivam (Sistema de Vigilância e Proteção da Amazônia), contratada pela Atech. "Dois anos depois me tornei gerente geral do projeto, responsável principalmente pela parte de treinamento e integração de sistemas", explica Jocirene, hoje vice-presidente de negócios da Tecnobit, empresa espanhola que desenvolve soluções na área de optrônica.
Como gerente geral da Atech, a executiva ganhou experiência em negociação e gestão de contratos, tendo trabalhado em projetos estratégicos nas áreas de controle e defesa de tráfego aéreo e de tecnologias críticas. Há dois anos recebeu o convite da Tecnobit com a missão de construir a imagem da empresa no mercado brasileiro de defesa.
Um dos projetos da organização é o desenvolvimento de dois centros de simulação de artilharia de fogo para o Exército brasileiro. Nas reuniões de negócios com representantes das Forças Armadas, das indústrias ou do governo, geralmente é a única mulher. "É preciso se superar para conseguir se estabelecer nesse mercado", diz. Jocirene diz que nunca deixou de fechar um negócio e admite que os homens tendem a ser mais educados e flexíveis, o que de certo modo facilita a conversa.
"Não existe discriminação nesse setor. Se transmitimos confiança e competência, temos até vantagem", afirma a diretora de negócios da Andrade Gutierrez Defesa & Segurança, Milani Vieira Trannin. Executiva sênior nas áreas de TI, telecomunicações, defesa & segurança, ela acumula experiência em desenvolvimento, operação e gerenciamento de negócios em empresas como Cisco, Intel, Vicom/BT, Cetel/Telerj e Telebrás.
Foi nessa última que Milani, graduada em engenharia de telecomunicações pela PUC do Rio, teve seu primeiro contato com a área de defesa. "Coordenei o projeto do satélite geoestacionário brasileiro e de comunicações estratégicas e de defesa, ao lado de representantes dos ministérios da Defesa e da Ciência e Tecnologia", conta. A criação da joint venture Visiona, entre a Telebrás e Embraer Defesa & Segurança, também contou com a sua participação. "Fiz a apresentação do projeto para a presidente Dilma, que deu autorização para aplicar os recursos no satélite", afirma.
Apesar de considerar os temas da defesa um pouco complexos, Milani diz que o fato de ter uma formação eclética a ajuda. "Às vezes tenho dificuldade para entender o funcionamento de um determinado tipo de armamento, mas assimilo rapidamente os conceitos e características", afirma ela, que pretente fazer uma pós-graduação na Escola Superior de Guerra. A executiva acredita que a tendência é que haja mais mulheres em cargos de direção em empresas e organizações de defesa. "Eu mesma procuro trazer outras mulheres. Elas são organizadas e focadas".
Mais familiarizada com o meio militar, a assessora de relações internacionais da fabricante de helicópteros Helibras, Renata Varella, explica que o fato de ser filha de militar abriu portas para sua atividade profissional. Aos 52 anos de idade, ela ressalta que a construção do relacionamento de sucesso com as Forças Armadas é um caminho de longo prazo, que exige preparo, respeito e muito jogo de cintura. "Não podemos ser impositivas nem retraídas demais. É importante haver um equilíbrio."
O mercado de defesa, segundo ela, é muito atrativo e o conhecimento básico pode ser facilmente adquirido. "Participei de todos os seminários e workshops de defesa promovidos pelo Senado, Câmara dos Deputados e pelo Ministério da Defesa nos últimos anos, além dos principais eventos relacionados ao setor", afirma Renata, que encontrou no Aikido, arte marcial japonesa, a chave para atingir o equilíbrio espiritual, preparo físico e também para sua defesa pessoal.

3 comentários:

  1. Fake, essas mulheres acima com certeza são muito talentosas, mais não tiveram nenhum vínculo com este site e nem com a Defesa e Gestão Estratégica Internacional UFRJ

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  2. Li a matéria e também achei estranho o site Defesa e Gestão Estratégica Internacional praticamente clonou a matéria do site Defesa Net,
    Dra.Juliana

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  3. Que isso pessoal, a Fonte foi citada inclusive o link também, vocês exageraram, peço desculpas por vocês e por nós.

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