Ao utilizarmos conscientemente o nosso repertório de conhecimento na área de Inteligência, podemos potencializar ações e identificar com mais facilidade outros conhecimentos que precisam ser desenvolvidos

Jornalismo, Administração, Direito, Economia, Pedagogia, Psicologia, Estatística, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda, Engenharia, Design, Tecnologia, entre outras formações, fazem parte das habilidades dos profissionais que integram as áreas de Inteligência. Embora a oferta de cursos e especializações em Inteligência esteja avançando, existe uma receptividade da área para equipes com profissionais de diferentes formações.

Desenvolver habilidades é tão importante quanto potencializar as habilidades que já possuímos. Aprender coisas novas é tão fundamental quanto utilizar o repertório de conhecimentos para aprimorar nosso trabalho. A conexão entre o uso do que já sabemos e a conquista de novos aprendizados permite colocarmos em ação o nosso talento.
A discussão sobre o perfil do profissional de Inteligência é recorrente. Capacidade de análise, habilidade para lidar com informações sensíveis, capacidade de observar contextos relevantes à tomada de decisão, antecipar movimentos da concorrência, são características de senso comum nas discussões.
Ao observarmos os perfis que geralmente são descritos pelos cursos e apoiam os requisitos de oportunidades na área, dificilmente encontramos uma característica que a prática diária exige, necessária no fazer da Inteligência: capacidade de utilizar o repertório de conhecimento nas atividades de Inteligência.
Parece simples, mas alguns profissionais possuem dificuldade em potencializar seus conhecimentos nas atividades de Inteligência. A preocupação em aprender e dominar as técnicas de Inteligência é admirável, mas à medida que conseguimos aprender as técnicas e construir conexões com o conhecimento que já possuímos, somos mais criativos e realizadores.
Criatividade é uma característica pouco citada na área de Inteligência. Raramente ouvimos alguém dizer: “Seja criativo na coleta de informações”. “Seja criativo no monitoramento do mercado”. “Seja criativo na análise da concorrência”. “Seja criativo na sua tomada de decisão”. No entanto, criatividade é uma vantagem competitiva. Ao colocarmos em prática a capacidade de utilizar o repertório de conhecimento nas atividades de Inteligência, muitas ideias surgem para tornarmos o nosso trabalho ainda melhor. E somente quando as ideias são colocadas em prática, podemos ser realizadores.
Algumas organizações tentam “moldar” seus colaboradores ao enquadrá-los em padrões que julgam ser o ideal. As organizações que possuem área de Inteligência podem identificar a formação e as habilidades de cada profissional e o quanto este tem o prazer de colocar suas habilidades em prática. Dessa forma, é desnecessária a tentativa de moldar, visto que ter pessoas potencializadas na equipe é muito melhor.
Profissionais que encontram na Inteligência uma forma de colocar em prática seus conhecimentos e organizações que estimulam essa atitude formam uma parceria onde ambos são beneficiados por enxergarem e potencializarem suas capacidades.
Exemplo para ilustrar
A formação em jornalismo permite distinguir a relevância dos fatos. Possibilita a obtenção de informações a partir de diversas fontes. Habilita para a apuração investigativa de um acontecimento. Técnicas de entrevistas, conteúdo, apresentação e divulgação de uma informação são fundamentais no processo de transformar um fato em notícia. A informação é a matéria-prima do jornalista. Além disso, existe um código de ética para que a obtenção de informações ocorra de modo a respeitar todos os envolvidos na realização do trabalho jornalístico.
Curiosidade, determinação e capacidade de contextualizar são características importantes para um jornalista. Essas características e habilidades são apenas alguns exemplos das inúmeras capacidades que a formação evidencia e aprimora. Quais dessas habilidades seriam úteis à área de Inteligência? Quais dessas características são importantes no perfil do profissional de Inteligência? Para ambas as perguntas, a resposta é todas. Toda a formação desse profissional é válida para apurar informações, extrair a relevância dessas informações, escolher suas fontes e agir com ética no exercício da sua atividade, apenas para citar alguns conhecimentos que podem ser colocados em prática dentro do processo de Inteligência.
Administração implica planejamento, liderança. Direito implica conhecimento das leis, argumentação. Pedagogia implica disciplina. Psicologia implica em profundo conhecimento do ser humano. Estatística implica habilidade com números e essas são apenas algumas formações para refletirmos e nos questionarmos sobre como esses conhecimentos podem ser colocados em prática na área de Inteligência. Além disso, o profissional que coloca suas habilidades em prática pode descobrir motivações para realizar o seu trabalho de Inteligência de uma forma mais prazerosa.
Atenção às suas habilidades
A Inteligência prima pelo olhar externo, atenção ao mercado, ao que está ocorrendo à nossa volta. Precisamos estar atentos aos movimentos do ambiente. Essas posturas são essenciais à nossa atuação. Ao tratarmos de perfil profissional de Inteligência, o olhar externo não pode ser negligenciado, mas é preciso também olhar para dentro – isso é autoconhecimento – enxergar as habilidades que já fazem parte do repertório de conhecimento e colocá-las em prática para gerar descobertas significativas. Aliás, nossas capacidades são informações que estão dentro de nós, que aguardam para serem acessadas e utilizadas com sabedoria.
Experimentem, de forma consciente, colocar em prática o potencial que vocês já possuem. Assim, ficará mais fácil identificar as carências que precisam ser supridas com especializações, treinamentos e outras experiências que têm o objetivo de capacitar os profissionais da área de Inteligência para uma prática profissional consistente. Estejam atentos às suas habilidades e no quanto elas podem gerar valor pessoal e profissional. Estejam atentos às decisões que compõem o currículo e na maneira que essas decisões são potencializadas na atividade de Inteligência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário