RIO - Diz o senso comum que as pessoas só dão valor ao que têm quando, por algum motivo, acabam perdendo. Isso vale para objetos, pessoas, relacionamentos, e também para o campo da segurança. Quando tudo está em aparente paz, nem nos damos conta de quanto é bom viver sem medo. Mas, quando a situação sai do controle, como ocorre hoje em São Paulo, é que percebemos o quanto a insegurança é paralisante.
Por muitos anos, o Rio viveu assim. Dominado, assistiu ao crime organizado alterar a rotina da cidade, roubar vidas, afastar empresas e prejudicar a economia. Quatro anos depois de implantada uma nova política na área de segurança pública – em que, além das UPPs,  destacam-se a transferência de presos de alta periculosidade para outros estados, a renovação da PM, a intensidade das blitz da Operação Lei Seca e a parceria com os governos estadual, federal e o da capital – muita coisa mudou. Bandidos perderam o domínio de seus antes inexpugnáveis territórios e maus policiais têm sido substituídos, num processo contínuo, por uma nova geração de PMs.
A roda da economia responde rápido: o comércio se revitaliza, os imóveis se valorizam e até a noite ganha mais luzes, com a abertura de novas casas de show, bares, festas. O Alemão virou ponto turístico e cenário de novela, e outras comunidades – outrora dominadas – recebem agências bancárias e filiais de grandes redes de varejo e outros serviços.
Entidades como a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), ONGs e voluntários de toda ordem entram em campo como parceiros do estado, levando ações de inclusão social. É emocionante ver essa grande corrente se formar com o objetivo de promover o bem comum. Pois a paz não tem cor, credo nem classe social. Sem ela, não se vai a lugar algum.
Fonte: Odia