Por De Brasília
A
busca por mais investimento para viabilizar projetos levou o alto
comando do Exército a partir para uma iniciativa ainda inédita nos
quartéis-generais. Os militares decidiram lançar mão de uma parceria
público-privada (PPP) para viabilizar a construção do polo de ciência e
tecnologia do Exército em Guaratiba, no Rio de Janeiro.
Desenhado
para integrar o Instituto Militar de Engenharia (IME), com pistas de
voo aéreo não tripulado, centro tecnológico e diversas empresas ligadas à
área de conhecimento em defesa, o polo do Exército está planejado desde
a década de 80, mas que nunca saiu do papel, porque precisa de R$ 1,5
bilhão para se tornar realidade.
"Não
temos esse recurso. Estudamos todas as alternativas e concluímos que a
PPP é o melhor caminho para erguermos nosso polo", diz o chefe do comitê
executivo do projeto, general Jaldemar Rodrigues de Souza.
Uma
minuta da proposta e de manifestação de interesse já foi elaborada pelo
Exército e encaminhada ao Ministério do Planejamento. Segundo Souza,
várias empreiteiras já disseram que vão analisar o negócio, entre elas
Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez e Carioca. A intenção do Exército é
que elas construam o polo e, a partir daí, tenham direito de explorar,
por 25, 30 anos, os diversos serviços que serão oferecidos no local,
como aluguel de áreas de shopping, restaurante, creche e policlínica,
entre outros.
A
previsão é que cerca de 10 mil pessoas circulem diariamente pela área
de 600 mil metros quadrados de Guaratiba, que terá ainda cerca de 1,5
mil moradias. Companhias como Vale e Petrobras, segundo Souza, já
demonstraram interesse em ter estruturas dentro do polo. Em termos
práticos, o que existe até agora desse empreendimento é um anteprojeto e
um estudo de viabilidade técnica e econômica.
O
Ministério da Educação sinalizou ao Exército que poderá financiar os
recursos que serão usados na construção do novo prédio do IME, obra
avaliada em cerca de R$ 300 milhões. "Nós podemos usar esse recurso para
formar o fundo garantidor que viabiliza a parceria com a iniciativa
privada", diz o general.
O
Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) também considera a
viabilidade de erguer um laboratório no polo. A expectativa do Exército
é lançar a concorrência no segundo semestre do ano. (AB)
Fonte: Valor Econômico
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