Artigo chegou à conclusão ao usar ‘big data’: informações de 325 mil servidores
Escândalos de corrupção têm relação com a capacidade e autonomia de órgãos
Escândalos de corrupção têm relação com a capacidade e autonomia de órgãos
Um artigo acadêmico apresentado na semana passada em Washington (EUA) sobre
eficiência da burocracia brasileira concluiu que os piores resultados
estão nos órgãos relacionados à infraestrutura. Uma contradição com a
imagem de eficiência gerencial que a presidente da República, Dilma
Rousseff, vendeu durante sua campanha pelo Planalto em 2010.
Na
lanterna do ranking, figuram a Valec, estatal responsável por obras
ferroviárias, e a Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da
Amazônia).
Na outra ponta, entre os melhores órgãos, estão o Banco
Central, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União. Mas isso
não significa que eles estão livres de problemas. A Polícia Federal, por
exemplo, tem notórias deficiências na vigilância de fronteiras.
Duas características nortearam o estudo: a autonomia e a capacidade de gestão de cada um dos órgãos.
Para
chegar a essa conclusão, os pesquisadores Sérgio Praça, do Cepesp,
Katherine Bersch, da Universidade do Texas, e Matthew M. Taylor, da
American University, fizeram um experimento de “big data”: coletaram
informações de 325 mil funcionários públicos obtidas no Portal da
Transparência do Governo Federal, no Supremo Tribunal Federal e no
Ministério do Planejamento.
Com essa montanha de dados em mãos,
definiram 7 variáveis. Quanto maior o tempo médio de carreira, o salário
e a proporção de concursados em postos-chave, e menor o número de
servidores cedidos por outros órgãos, maior a capacidade. Quanto menor a
proporção de funcionários de confiança de baixo e de alto escalão e de
servidores concursados filiados a partidos políticos, maior a autonomia.
O resultado foi o gráfico abaixo.
Os pesquisadores também resolveram cruzar os dados com o número de
escândalos de corrupção divulgados pela imprensa entre 2002 e 2012.
Resultado: há uma relação inversa entre capacidade e autonomia de um
órgão e sua vulnerabilidade a corruptos.
Leia a íntegra do artigo (em inglês).Fonte: Blog do Fernando Rodrigues
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