Organização Mundial do Comércio é órgão máximo internacional da área.
É a primeira vez que um brasileiro assume o comando da entidade.
Do G1, em São Paulo
Roberto Azevêdo, durante coletiva de imprensa realizada em janeiro em Genebra (Foto: Fabrice Coffrin/AFP) |
O diplomata brasileiro Roberto Azevêdo será o próximo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC),
o órgão máximo do comércio internacional, a partir de setembro, segundo
o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). A confirmação é
informal; o anúncio oficial será feito pela OMC na quarta-feira (8).
A disputa final ficou entre o brasileiro, que contou com o apoio dos
países emergentes e em desenvolvimento, e o mexicano Hermínio Blanco,
visto como candidato dos países ricos.
Nove candidatos se apresentaram para suceder o francês Pascal Lamy, que
deixará seu posto no fim de agosto. Lamy está no cargo desde 2005.
Saíram da disputa, na primeira fase da seleção, os quatro candidatos
que conseguiram menor apoio por parte da consulta feita com os 158
países-membros da OMC: Alan John Kyerematen (Gana), Anabel González
(Costa Rica), Amina Mohamed (Quênia) e Ahmad Thougan Hindawi (Jordânia).
Na segunda fase, deixaram a disputa o neozelandês Tim Groser, o
sul-coreano Taeho Bark e a indonésia Mari Pangetsu.
É a segunda vez que o Brasil tenta emplacar no comando do órgão. Em
2005, quando Pascal Lamy foi eleito, o Brasil lançou Luiz Felipe de
Seixas Corrêa para o posto. Desde sua fundação, em 1995, nunca um
brasileiro ocupou a presidência da OMC, responsável por conduzir as
rodadas que visam à liberalização do comércio mundial.
Currículo do brasileiro
Azevêdo é diplomata de carreira, tem 55 anos e está no Itamaraty desde 1983.
Em nota divulgada em dezembro, na ocasião do lançamento do nome do
diplomata, o Itamaraty destacou que "a candidatura brasileira representa
a importância atribuída pelo país ao fortalecimento da OMC e procura
contribuir para o progresso institucional da Organização e para o
desenvolvimento econômico e social mundial".
O Itamaraty também chamou a atenção para a Rodada de Doha, em que o
Brasil negocia para derrubar subsídios agrícolas em países desenvolvidos
como forma de dar mais competitividade às mercadorias do país.
No comunicado, o ministério mencionou como objetivos da OMC a "melhoria
dos padrões de vida, à garantia do pleno emprego e da renda, à expansão
da produção e do comércio de bens e serviços, bem como ao uso dos
recursos disponíveis em conformidade com o desenvolvimento sustentável".
A nota também lista as qualificações de Azevêdo para o cargo. Desde
2008, ele é o representante do Brasil no órgão e atua como
"negociador-chave". Antes, ocupou diversos cargos relacionados a
assuntos econômicos no Ministério das Relações Exteriores, tendo atuado
em contenciosos como os casos de Subsídios ao Algodão (iniciado pelo
Brasil contra os Estados Unidos), Subsídios à Exportação de Açúcar
(iniciado pelo Brasil contra as Comunidades Europeias) e Medidas que
Afetam a Importação de Pneus Reformados (litígio iniciado pelas
Comunidades Europeias), além de chefiar a delegação brasileira na Rodada
Doha.
Fonte: G1
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